quinta-feira, 13 de março de 2014
JAT | ENTREVISTA | M MY MAGAZINE
José António Tenente em entrevista à M My Magazine #1 março 2014
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"Começo
sempre com o desenho a lápis no papel. Foi assim desde sempre. Tenho milhares
de cadernos de notas que estão começados e ficaram inacabados, associados a um
projeto específico ou a uma viagem. De um modo geral começo no papel e essa primeira
atividade é muito solitária. Tenho ideias, faço uns esquissos, tomo notas. Algumas
vezes pedi às minhas assistentes para passarem a limpo os meus esboços e era
engraçado ver o resultado porque por vezes interpretavam o meu desenho de uma
forma muito diferente da que eu tinha concebido. Ao desenhar um traço que para
mim era uma prega, elas podiam por vezes perceber um corte ou um pormenor.
Desse trabalho poderia até resultar um diálogo muito interessante e produtivo.
Sempre
trabalhei muito mais sobre o desenho do que na prática. Não corto nem coso. Só
muito raramente, quando há peças que exigem montagem em manequins, passo à
prática. Penso que este meu método poderá vir da arquitetura, que estudei, e na
arquitetura desenha-se muito, de facto. Antes da construção, que pode nem nunca
vir a ser concretizada, está tudo no papel. Pode ser que venha daí esta minha ‘obsessão’
pelo esboço.
Entre
2000 e 2010 foi a década em que apostámos ‘todas as fichas’ na moda e
desenvolvemos projetos muito interessantes, uns que persistem, outros não, e
foi um período muito estimulante, mas ao mesmo tempo muito extenuante. E na
verdade, cansei-me um bocado. A dada altura apresentávamos quatro colecções por
ano porque tínhamos também a linha TENENTE jeans, mais as licenças para
acessórios, escrita, óculos e outras solicitações constantes"
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