quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NÃO SE GANHA, NÃO SE PAGA!





1.Lucinda Loureiro e Cristina Cavalinhos 2.Cristina Cavalinhos, Luís Gaspar, Horácio Manuel e Lucinda Loureiro

3. Luís Gaspar 4. Rogério Vieira . fotografias de Clementina Cabral


Estreia hoje no Teatro da Trindade, 'Não se ganha! Não se paga!' de Dario Fo, com encenação de Maria Emília Correia e interpretação de Cristina Cavalinhos, Lucinda Loureiro, Luís Gaspar, Horácio Manuel e Rogério Vieira e os músicos Iryna Brazhnik e Ricardo Torres.

O espectáculo conta com música original de Tiago Derriça, cenografia de Rui Francisco e figurinos de José António Tenente.

"Ao dirigir esta peça houve um grande prazer: o prazer da verdade, sabendo, no entanto, que falar sinceramente não é uma virtude pública. Nem nos palcos.
Procurámos, pois, que a força da nossa proposta teatral assentasse estritamente nas palavras deste dramaturgo político, cujos ideais passam por interpretar o mundo de baixo para cima, e assim deve ser. Tentámos resolver a peça e um pouco mais.
As situações geradas, ora violentas, ora poéticas, ora bem humoradas, ora calamitosas, conduzem-nos a atmosferas de um imaginário prolífico. Avermelhado, diria. Mude-se tudo menos a substância.
Ao longo dos ensaios transitámos entre diferentes estados emocionais, amargos ou ditosos, entre rupturas e contágios.

(...) Neste trabalho fomos também conspiradores, lavrámos colectivamente tons e ritmos (e a comédia é difícil), configurámos a pele nevrálgica dos personagens. Houve ainda um sentimento de urgência — o tempo corre louco, voámos contra o vento. Era preciso o rigor e toda a fantasia, a atitude transformou-se em forma. Com muito trabalho, astúcias várias e algumas gargalhadas.
Claro que só usámos o que tínhamos e sabíamos não houve, no entanto, medo de ousar, pois não quise- mos perder as boas coisas que poderíamos conquistar, aprendemo-lo com Shakespeare.
Ajuntámos a esta encenação de Não Se Paga! todo o nonsense do nosso quotidiano (vestígios de Beckett), a poesia toda e alguma beleza, a qual, para nós, tem sempre a ver com o sofrimento. No caso, o de estes iminentes desempregados, seres humanos sem eira nem beira, acossados por um mundo de agressão e desconchavo.
A nossa marca foi a da sensibilidade. Fazer arte exige arte, e a arte de viver foi toda para aqui chamada."

Maria Emília Correia

"Uma grande fantasia!!! — disse a Maria Emília Correia na primeira conversa que tivemos. E foi assim que abandonei de imediato as imagens mais realistas que possa ter preconcebido a partir do texto. As referências estão lá mas de um modo muito oblíquo. As figuras femininas e masculinas reúnem os estereótipos dos respectivos géneros, numa abordagem orientada pelo devaneio, cor e humor."
José António Tenente



NÃO SE GANHA! NÃO SE PAGA!

Teatro da Trindade

4ª a Sáb. às 20.30; dom. Às 16h30
M/12
de Dario Fo (Nobel da literatura 1997)

Encenação e dramaturgia de Maria Emília Correia

Com Cristina Cavalinhos, Horácio Manuel, Lucinda Loureiro, Luís Gaspar, Rogério Vieira e os músicos Iryna Brazhnik e Ricardo Torres
Tradução de José Colaço Barreiros .
Assistente de encenação e direcção de cena Pedro Simanita Morais . Música Original de Tiago Derriça
Cenografia de Rui Francisco . Adereços José Pedro Alves
Figurinos de José António Tenente

Sem comentários:

Enviar um comentário