terça-feira, 29 de abril de 2014

DIA MUNDIAL DA DANÇA | 29 DE ABRIL



Na imagem três produções de 2013 com figurinos assinados por José António Tenente e que continuam as suas carreiras 'a dançar' pelo país e no estrangeiro com o maior sucesso.

'O Lago dos Cisnes' Petipa/Fernando Duarte para a Companhia Nacional de Bailado, 'Fica no Singelo' de Clara Andermatt/ACCCA e 'Sem um tu não pode haver um eu' de Paulo Ribeiro/Companhia Paulo Ribeiro


MENSAGEM INTERNACIONAL DO DIA MUNDIAL DA DANÇA

“(…) Tenho pela dança não apenas o orgulho do bailarino e do coreógrafo, mas também um reconhecimento profundo. A dança foi a minha chance. Ela tornou-se na minha ética pela nobreza da sua disciplina. Ela é a razão pela qual no quotidiano descubro o mundo. No meu íntimo, como nada igual, a dança encoraja-me cada dia pela energia e generosidade que lhe são próprias. A sua poesia reconforta-me.
Poderei eu dizer que não existiria sem a dança? Sem a capacidade de me exprimir que ela me dá? Sem a confiança que nela encontrei para ultrapassar os medos e fugir dos caminhos condenados?
Mergulhado graças à dança na beleza e complexidade do mundo, tornei-me cidadão, cidadão singular reinventando os códigos à medida dos encontros, fiel aos valores da cultura hip-hop que transforma a energia negativa em força positiva.
Vivo a dança no quotidiano como uma honra. Mas vido essa honra preocupado. Constato a perda de referências, a impossibilidade de parte dos jovens saídos de bairros desfavorecidos que crescem na frustração e tensão sonharem as suas vidas. Eu sou seu semelhante, todos somos seus semelhantes. Eu, talvez mais que outros, sou animado pelo desejo, graças ao exemplo, de os ajudar a potenciarem a vida.
Não é a sociedade mais rica com as riquezas de cada um?
A cultura, mais que todos os discursos, congrega. Tenham coragem, arrisquem, apesar dos obstáculos e do ódio com os quais serão certamente confrontados, a beleza do mundo estará sempre presente ao vosso lado. Como a dança esteve para mim. Com a sua força particular que faz desaparecer as distinções sociais, aquelas ligadas às nossas origens, para deixar apenas o movimento dos corpos na sua simples humanidade, de seres humanos na sua simples expressão, singular e comum.
Terminarei tomando emprestadas as palavras de René Char, que me recordam a cada dia que não devemos deixar que ninguém nos encerre num papel já determinado. “Impõe a tua sorte, abraça a tua felicidade e arrisca. Ao verem-te, eles se habituarão.”
Então experimentem, enganem-se e recomecem, mas sobretudo dancem, não deixem nunca de dançar!”
Mourad Merzouki, bailarino e coreógrafo francês


 

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